1ª Semana Setembro
Bem aqui vai um pequeno (grande) resumo das ferias…
No dia 3, eu e a minha mãe fomos até Moimenta da Beira.
Em Lisboa (Oriente) nas camionetas começou o stress, não havia transporte só no dia seguinte para aquela localidade, acabamos por ir até Viseu e o meu pai foi-nos buscar, já eram 20h.
Palavra puxa palavra, percebi que a minha progenitora não era muito bem-vinda por parte da nova esposa e pela enteada do meu pai (que parece que era quem ditava as regras lá em casa); como óbvio que era, não iria deixar a minha mãe para trás ou em outro lado e eu ficar em casa deles; a solução encontrada foi ficarmos perto dele mas numa residencial, a verdade é que (como ela se encontra numa cadeira de rodas), fartei-me de a subir e descer ao colo, por não existir elevador.
O local onde ficámos instalados, era espectacular tinha restaurante e café com esplanada por baixo, a paisagem era lindíssima, respirava-se natureza, bem pertinho tínhamos um hipermercado e estava relativamente perto de tudo. Ah!... Mesmo em frente tínhamos a GNR, mais seguros não podíamos estar.
Ficámos lá até dia 7, todos os dias o meu pai ia ao nosso encontro (mesmo que por breves minutos e sempre com desculpas que dava à esposa - ou ia fazer a bainha das calças, ou tinha-se esquecido de qualquer coisa para a festa de aniversário), por aquilo que me apercebi a sua senhora tinha uns ciúmes danados da minha mãe.
O dia que mais me custou, foi a minha mãe ter que ir fazer o penso ao centro de saúde (que ficava lá no alto) e estar a chover a potes… mas fomos e o que nos valeu foi um senhor de uma loja nos ter visto encharcados e nos ir levar até ao local (uma atitude louvável, inesperada e exemplar porque a maior parte das pessoas não o fariam, ainda mais sem nos conhecer).
Houve uma tarde que percorri todas as minhas raizes.... Trevões; São João da Pesqueira; Castanheiro do Sul etc, apercebi-me que apesar de serem terras lindíssimas, estão infelizmente muito despovoadas e envelhecidas. Vi a casa onde passei alguma parte da minha infancia, alguns familiares dos quais não tenho grande lembrança e cada sitiu por onde passava recordações e muitas saudades.
Chegou a grande data, (a festa de aniversario do meu pai), eu e a minha mãe estávamos num grande dilema se por um lado sabíamos que ela não seria recebida com agrado naquela casa, mesmo que com o filho; eu por outro lado não a queria deixar sozinha e distante de mim. Concordámos para que não houvesse problemas, que ela ficava num café ali próximo enquanto eu iria ao almoço e assim ficava tudo bem, os outros satisfeitos por ir sozinho e eu mais descansado (caso houvesse necessidade estava ali perto).
O almoço correu muito bem e a mulher do meu pai foi muito simpática (tanto andou em pé de um lado para o outro que se foi meter no meio de mim e dele – acredito que por uma questão de cortesia e simpatia), estava lá a minha tia/madrinha e seu marido, os meus tios e seus filhos/meus primos que já nem se lembravam de mim, a enteada do meu pai (que nem sei o que ela me é), que durante todo o almoço esteve a tirar-me “as medidas” (talvez por estar a espera de um outro tipo de pessoa, mais “esgalhado”ou apenas um estilo diferente) e estava também o seu namorado que pareceu-me estar um pouco incomodado com a minha presença (por a sua namorada não tirar os olhos de cima de mim – que eu próprio também estava).
Os meus tios e primos foram a animação do almoço; a minha tia já por si fala alto, então a beber uns canecos começa a "tagarelar" mais alto sobre a sua vida sexual, o meu tio a fazer-lhe companhia “no bota-abaixo” responde-lhe à altura, os meus primos herdaram dos pais este defeito e estão sempre a “pôr veneno”… estes até tem direito a um desconto, porque infelizmente são doentes mentais; mas desde sempre que conheço esta parte da minha família assim. Realmente com todos na mesa calados ainda foram quem quebrou o gelo e sem dúvida são umas autenticas personagens que fazem rir quem mais sério estiver.
Depois de comer, a minha madrinha e a nova esposa do meu pai levaram-me a ver a casa, (era uma maneira de me chamar a parte e se justificarem do porquê da mãe não ser bem-vinda). Deram as suas razões e eu as minhas, mas percebi que era por causa dos falatórios do vizinhos e familiares. Fiquei também a saber que os médicos estão desconfiados que o meu pai tenha cancro na traqueia e que houve um dia que se fartou de chorar a noite por eu não estar ao pé dele.
Fomos beber café (eu, pai, tio e primos) ao local onde estava a minha mãe que ficou contente por ver alguns elementos da família. Tanto insistimos e em especial a mãe, que o pai foi buscar a tia “Xica” (a que fala muito alto). Não se arrependeu de ter insistido para a ver, mas teve que a mandar falar baixo umas quantas vezes.
O que mais pena me deu, foi a minha mãe lhes ter dado umas moedas (cerca de 2.60eur) e ver os primos quase que andarem a pancada, como se não bastasse a mãe deles a tentar tirar-lhes o dinheiro para ficar com ele.
Regressámos para abrir o bolo (até porque já estava a ficar tarde para depois apanhar o transporte), mais uma vez a mãe ficou a espera no café. Faltavam pessoas para a festa (enteada e seu namorado), mas cantou-se os parabéns e logo de seguida fomos para o terminal das camionetas.
O regresso fez-se bem, mas como a minha mãe tinha-se esquecido de combinar com alguém para nos ir buscar, tivemos que ir de táxi (o esquecimento saiu caro 40Eur). Quando chegamos a casa, reparamos que tínhamos perdido metade das coisas – 1 saco de batatas, maquina fotográfica, alcançador, garrafão de vinho etc, (umas no carro do meu pai e outras na camioneta) e como se não bastasse o meu irmão em casa tinha feito um hotel.